quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Continuidade ou mudança?



        Como percebemos, a independência da América Latina é marcada por ideais diferenciados e a história vai trazer algumas interpretações para esse movimento. Alguns historiadores dizem que após a Independência da América Latina a situação permaneceu muito semelhante ao que era antes e ainda hoje muito se mantém. Afinal, o que revolucionários como Bolívar e San Martín defendiam não aconteceu como planejaram. A estrutura administrativa, as leis aprovadas e o fim da escravidão apenas diminuiu parte de um problema ao proibir a venda e negociação do negro. Veja o plano de aula
        A estrutura social permanecia, em função de uma independência liderada pela elite que se preocupava com a produção rural, não havendo melhorias para os pequenos comerciantes, indígenas e trabalhadores em geral. Não houve indenização para que o negro e o indígena entrassem no cenário social, estando sem terras ficaram as margens da sociedade e acabavam se submetendo aos serviços que os brancos não aceitavam fazer. Logo, a mão de obra escrava continuou de forma indireta, pois, houve uma determinação de igualdade pela lei que na prática não aconteceu, já que os grupos sociais permaneceram divididos.
        Outro ponto defendido pelos que acreditam nas permanências após a independência é o que chamam de troca de domínios no início do século XIX, pois deixaram de ser dominados pela Espanha e ficaram sob autoridade dos Estados Unidos, com a Doutrina Moroe em 1823 determinando “América para os americanos”. Nesse acordo os Estados Unidos se colocavam como protetores das nações latino-americanas recém-emancipadas, a mensagem era uma advertência às potências europeias para que não tentassem um novo domínio colonial sobre o continente, nem interferissem nos ideais republicanos. Portanto, o Novo Mundo estava fechado à Europa, no entanto, subordinado aos Estados Unidos.
       Os historiadores que defendem uma mudança após a independência, afirmam que não se pode acreditar que um movimento tão forte deixou tudo como estava. A população escrava passava a ter direitos que antes nem eram imaginados, na economia abandonou-se o monopólio comercial possibilitando um favorecimento do mercado interno e a oportunidade de se relacionar com o mercado mundial. Mesmo de forma lenta na medida em que se esperava algo imediato houve alterações. Os processos históricos normalmente são lentos, e isso que acabou deixando os líderes revolucionários desiludidos.
      Portanto percebemos que a história traz algumas interpretações bem diferentes sobre um mesmo acontecimento. Mas é interessante percebermos tais diferenças e saber opinar: você acredita que após a Independência da América Latina não ocorreu nenhuma mudança? Podemos dizer que tudo continuou? Ou podemos pensar que foram as duas situações?

Bibliografia:
 BELLOTO Manoel Lelo & CORRÊA, Ana Maria Martinez (org). “Simón Bolívar: política” trad: Manoel Belloto e Ana Corrêa. São Paulo: Ática, 1983.
PRADO, Maria Lígia Coelho. “Bolívar, Bolívares”, in Folhetim. Folha de São Paulo, 24 de julho de 1983.

Bolsista: Monalisa Carmo

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