Como percebemos, a independência da América Latina é marcada por ideais
diferenciados e a história vai trazer algumas interpretações para esse
movimento. Alguns historiadores
dizem que após a Independência da América Latina a situação permaneceu muito
semelhante ao que era antes e ainda hoje muito se mantém. Afinal, o que
revolucionários como Bolívar e San Martín defendiam não aconteceu como
planejaram. A estrutura administrativa, as leis aprovadas e o fim da escravidão
apenas diminuiu parte de um problema ao proibir a venda e negociação do negro. Veja o plano de aula
A estrutura social permanecia, em função de uma independência liderada
pela elite que se preocupava com a produção rural, não havendo melhorias para
os pequenos comerciantes, indígenas e trabalhadores em geral. Não houve
indenização para que o negro e o indígena entrassem no cenário social, estando
sem terras ficaram as margens da sociedade e acabavam se submetendo aos
serviços que os brancos não aceitavam fazer. Logo, a mão de obra escrava
continuou de forma indireta, pois, houve uma determinação de igualdade pela lei
que na prática não aconteceu, já que os grupos sociais permaneceram divididos.
Outro ponto defendido pelos que acreditam nas permanências após a
independência é o que chamam de troca de domínios no início do século XIX, pois
deixaram de ser dominados pela Espanha e ficaram sob autoridade dos Estados Unidos, com a Doutrina
Moroe em 1823 determinando “América para os americanos”. Nesse acordo os
Estados Unidos se colocavam como protetores das nações latino-americanas
recém-emancipadas, a mensagem era uma advertência às potências europeias para
que não tentassem um novo domínio colonial sobre o continente, nem
interferissem nos ideais republicanos. Portanto, o Novo Mundo estava fechado à
Europa, no entanto, subordinado aos Estados Unidos.
Os historiadores que defendem uma mudança após a independência, afirmam
que não se pode acreditar que um movimento tão forte deixou tudo como estava.
A população escrava passava a ter direitos que antes nem eram imaginados, na
economia abandonou-se o monopólio comercial possibilitando um favorecimento do
mercado interno e a oportunidade de se relacionar com o mercado mundial. Mesmo
de forma lenta na medida em que se esperava algo imediato houve alterações. Os
processos históricos normalmente são lentos, e isso que acabou deixando os
líderes revolucionários desiludidos.
Portanto percebemos que a história traz algumas interpretações bem
diferentes sobre um mesmo acontecimento. Mas é interessante percebermos tais
diferenças e saber opinar: você acredita que após a Independência da América
Latina não ocorreu nenhuma mudança? Podemos dizer que tudo continuou? Ou
podemos pensar que foram as duas situações?
Bibliografia:
BELLOTO Manoel Lelo & CORRÊA, Ana Maria
Martinez (org). “Simón Bolívar: política” trad: Manoel Belloto e Ana
Corrêa. São Paulo: Ática, 1983.
PRADO,
Maria Lígia Coelho. “Bolívar, Bolívares”, in Folhetim. Folha de São
Paulo, 24 de julho de 1983.
Bolsista: Monalisa Carmo
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