As condições das mulheres no século XIX e suas lutas e conquistas por um papel na sociedade

      Essa atividade foi aplicada em março e foi pensada a partir do interesse que os alunos demonstraram ao ler um texto do livro didático, e também por março ser considerado o mês das mulheres.

     A professora, Maria Alice Mota Araújo, estava trabalhando o Brasil sob dom Pedro II, a economia do café e a abolição da escravidão nas turmas de 3º ano do Ensino Médio. Com isso, resolvi focar na mulher do século XIX, e ir mostrando aos alunos como elas viviam, e como elas foram conquistando seus direitos até os dias atuais.

     O objetivo da atividade foi mostrar aos alunos como as mulheres foram conquistando seus direitos, as dificuldades, fazendo um panorama sobre como era a situação no século XIX e como é hoje, no século XXI. Minha intenção também foi falar sobre temas como preconceito, ética, igualdade e também apresentar algumas curiosidades.

     Para auxiliar-me na explicação do tema proposto, utilizei o data show e, através dele, apresentei slides, figuras, que pudessem representar essa transição entre a mulher submissa do século XIX e a mulher independente do século XXI. Apresentei também personagens históricas para ilustrar e exemplificar meu tema, assim como leis atuais, problematizando as questões com os alunos.

    Primeiramente, apresentei a condição em que a figura feminina do século XIX vivia, que era de submissão ao homem, uma vez que não possuíam os mesmos direitos, a educação delas era restringida às atividades que fossem úteis ao ambiente doméstico e era comum elas sofrerem agressões físicas.

    Porém, apesar desse quadro, mudanças importantes vinham acontecendo, foram aparecendo movimentos em defesa dos direitos das mulheres, como o de estudar até a faculdade , o de votar, e o de se divorciar; e que, após um longo período de opressão e discriminação, a passagem do século XIX para o XX ficou marcada pelo crescimento do movimento feminista, o qual ganharia voz e representatividade política mais tarde em todo o mundo na luta pelos direitos das mulheres, dentre eles o direito ao voto.

    Mostrei aos alunos, como exemplo de mulher do século XIX que soube burlar as imposições sociais existentes, Maria Quitéria de Jesus, militar brasileira e heroína da Guerra de Independência. 

Maria Quitéria de Jesus, o “Soldado Medeiros”

Disponível em: http://www.memoriaviva.com.br/mulheres/quiteria.htm Acesso em: 09/03/2013 

      Após essa discussão acerca da heroína em questão, ressaltei que mesmo com alguns avanços, ainda no início da segunda metade do século XX, as mulheres sofriam as consequências do preconceito e do status de inferioridade; e que, comparando aos dias de hoje, as mudanças foram inúmeras, as mulheres se tornaram independentes financeiramente, sem apego à figura masculina, conseguiram o direito de votar, de ocupar cargos importantes, dentre outros direitos.

     Porém, é preciso se pensar que mesmo com todas essas mudanças no papel da mulher, ainda não há igualdade de salários, mesmo que desempenhem as mesmas funções profissionais, ainda havendo preconceito. Além disso, a mulher ainda acaba por acumular algumas funções domésticas assimiladas culturalmente como se fossem sua obrigação e não do homem – funções de dona de casa. Da mesma forma, infelizmente a questão da violência contra a mulher ainda é um dos problemas a serem superados, embora a “Lei Maria da Penha” signifique um avanço na luta pela defesa da integridade da mulher brasileira.

     Para finalizar a atividade, fiz uma reflexão com os alunos, sobre qual é o papel da mulher na sociedade atual? Apontei que a mulher do século XXI tem uma maior autonomia, liberdade de expressão, bem como emancipou seu corpo, suas ideias e posicionamentos, que deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades, dando voz ativa a seu senso crítico. E que hoje as mulheres não ficam apenas restritas ao lar (como donas de casa), mas comandam escolas, universidades, empresas, cidades e, até mesmo, países, a exemplo da presidenta Dilma Roussef, primeira mulher a assumir o cargo mais importante da República.

     Ao final, apresentei uma imagem que intrigou muito os alunos, comparando a mulher de antigamente com a mulher de hoje, em vários aspectos, tanto físicos quanto as funções sócias que exerciam: 

Disponível em: http://sarahistoriams.blogspot.com.br/2011/08/os-diferentes-papeis-da-mulher.html. Acesso em: 09/03/2013 

     Como atividade, pedi aos alunos que realizassem um texto argumentando sobre qual direito que as mulheres conquistaram que eles consideravam mais importante, e que relatassem sobre uma mulher que eles conhecessem ou admirassem, que tenha se destacado na comunidade, no convívio com deles, e que falassem sobre o trabalho que essa pessoa realiza.

     Essa atividade teve como intuito de servir como complementação a formação dos alunos como cidadãos, uma vez que tocamos em assuntos como violência contra as mulheres, direitos conquistados, dentre outros.      Com isso, percebi que a atividade foi bem reflexiva, os alunos se mostraram bem curiosos e interessados pelo tema, participaram ativamente das discussões, atendendo as expectativas esperadas. 

Referências Bibliográficas:

AZEVEDO, Gislane Campos. História em movimento: ensino médio. AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. São Paulo: Ática, 2010.

PRIORE, Mary Del (org.); BESSANEZI, Carla (coord. de textos). História das Mulheres no Brasil. 7. Ed. – São Paulo: Contexto, 2004.

http://sarahistoriams.blogspot.com.br/2011/08/os-diferentes-papeis-da-mulher.html Acesso em: 09/03/2013

 

Bolsista: Carolina Cazarim