quinta-feira, 7 de novembro de 2013

ENTRE RUPTURAS E CONTINUIDADES: O PAU-BRASIL, AÇÚCAR E O OURO NO BRASIL



Ao assumir as aulas na turma do primeiro ano GA da Escola Effie Rolfs me deparei com dois problemas, que eram, como fazer os alunos entenderem que na história os fatos não acontecem de forma isolada e conseguir aumentar as notas baixas existentes na turma.
Assim, o primeiro passo foi usar com os alunos o texto intitulado “ A civilização do Açúcar” de Stuart B. Schwartz. Uma vez que o conteúdo trabalhado nas aulas de História pela professora Maria Alice era a Civilização do Açúcar e do Ouro.  Por meio dessa atividade busquei mostrar os elementos que caracterizam a sociedade do açúcar e estabelecer um vínculo com a exploração anterior, que era a do pau-Brasil, para possibilitar  aos alunos o entendimento que entre a exploração do pau-brasil, da cana e do ouro não houve uma ruptura brusca, ou seja, que para uma existir não necessariamente  a outra deixou de ser explorada. (Veja aqui o Plano de Aula)
O texto usado foi uma versão resumo encontrada na Revista da Biblioteca Nacional cujo o tema era justamente o estudado e apresenta elementos como: a relação do pau-brasil com a cana-de-açúcar, cita as relações de trabalho da sociedade, os motivos pelo uso da mão-de-obra escrava, caracteriza a estrutura social da época, dentre outras. O texto apresenta-se numa linguagem clara e objetiva, sendo possível ser trabalhado no primeiro ano normalmente.
A aula foi expositiva com a leitura do texto, explicando determinadas partes em que queria que eles se atentassem, e por fim pedi que os mesmos realizassem as atividades relacionadas com o texto, finalizando esta primeira etapa. (Veja a atividade apresentada)
Numa posterior etapa, foi trabalhado com eles dois simulados que relacionavam as economias acima citadas de forma conjunta, onde não havia a possibilidade de se pensar esses cultivos de forma isolada. Durante a correção dos simulados também eram respondidas as dúvidas e sempre que necessário voltava-se a explicação das partes em que eles não entenderam.(Veja o simulado) (Veja outro simulado entregue a turma)
Em cada simulado também era colocado um texto explicativo como forma de complementar o livro didático usado, que segundo a professora não supre certas lacunas em relação ao conteúdo e também pelo fato de que os alunos não são obrigados a usar o livro durante as aulas de História.
Em suma, esta forma de trabalhar trouxe bons resultados, pois as notas aumentaram consideravelmente e os alunos passaram a perceber melhor determinadas questões relativas as três maiores economias brasileiras estudadas por eles até então. Além de procurar estudar mais, uma vez que a história começou a fazer sentido pra muitos deles.


Documentos:
SCHWARTZ, Stuart B. O doce Lucro. Revista da Biblioteca Nacional. Disponível em: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/doce-lucro. Acesso em: 09/08/2013.
Bibliografia:
PINSKY, Jaime. Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto, 2000. p.56-78.
VAINFAS, Ronaldo, Et al. Capítulo 17 Sociedades Coloniais na Era do Mercantilismo. História: ensino médio. volume único. 1ª edição. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.
SHIMIDT, Mario Furley. Capítulo 12 A América Encontra a Europa. Nova História Crítica: ensino médio: volume único. 1ª edição. São Paulo: Nova geração, 2005.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos internos: Engenhos e escravos na sociedade colonial, 1550-1835. Companhia das Letras, 1995.

Bolsista: Roberta Avanci
 

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