segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Consciência Negra e Políticas Públicas Raciais


A Escola Estadual “Effie Rolfs” organizou nos dias 20 e 23 de novembro atividades de reflexão sobre a Consciência Negra, em discussão com a professora Maria Alice Mota Araújo foi estabelecido que os estudantes do segundo ano do ensino médio ficassem responsáveis por refletirem acerca da organização de Políticas Públicas Raciais, produzindo crônicas sobre esse tema, para isso foi organizada uma aula de apresentação da situação do negro no Brasil desde a colonização até os dias atuais.(Veja o planejamento da aula)
A Aula contou com uma apresentação em Power Point  (Veja a apresentação utilizada) a qual continha informações sobre a vivência do negro em sociedade nos tempos do Brasil colonial e na atualidade, além disso houve a aproximação do tema a realidade viçosense na apresentação das principais políticas públicas existentes para o jovem e negro em Viçosa, a partir dessa apresentação surgiram diversas questões sobre o preconceito e a validade da organização das políticas públicas raciais.
A apresentação do tema foi interessante nas turmas do 2º ano A e 2º ano B, pois muitos dos estudantes considerados negros ou pardos entenderam o grau de desigualdade social vivido por esses grupos e também sentiram-se a vontade de falar sobre os problemas sentidos por eles mesmos, principalmente na questão das cotas raciais.
Nas discussões eles apresentaram o medo do preconceito para com estudantes que alcançam o ensino superior a partir da política de cotas, como também acham que esta pode ser entendida por muitos como depreciativa em relação ao negro, que pode ser visto como incapaz. Outro ponto de polêmica é a existência de preconceito e humilhação até hoje no cotidiano desse grupo, o que foi várias vezes relatado pelos estudantes.
Com o fim da aula e a partir da proposta de redação das crônicas foi necessário que para a redação das mesmas, houvesse um contato direto e contínuo com os estudantes sem atrapalhar o cronograma de aulas da professora Maria Alice, assim foi criada uma página no facebook para que fosse possível a disponibilização de material para o trabalho, ou resposta para possíveis dúvidas, além disso, foi também estabelecido o contato por e-mail, podendo trabalhar individualmente com cada estudante que tivesse problemas de entendimento a respeito da atividade ou que necessitasse de correção da mesma.
O objetivo da aula e da redação das crônicas não era colocar o estudante inteirado sobre a organização das políticas públicas raciais, mas sim fazer com que eles pudessem refletir sobre o tema, criando seus próprios pontos de vista a partir de suas vivências e interpretações, e tendo oportunidade de expô-las na produção das crônicas. (Veja o modelo da proposta de crônica)
O contato direto e imediato estabelecido pela internet foi grande facilitador do trabalho, já que os estudantes a qualquer momento poderiam expor dúvidas que eram respondidas e tinham também a oportunidade de continuar a discussão. As crônicas feitas pelos estudantes foram previamente corrigidas para depois serem expostas em um portfólio nos dias 20 e 23 de novembro, as quais demonstraram claramente a opinião destes sobre as políticas públicas raciais, o que representou o sucesso da aula de reflexão sobre o negro na sociedade brasileira e oferta o entendimento sobre o que nossos jovens passam ou sentem diante das desigualdades entre negros e brancos.

Nos links estão as redações feitas pelos estudantes e apresentadas em portfólios nos dias 20 e 23 de novembro.

Documentos:
BRUGGER, Mariana; CARDOSO, Rodrigo; SEGALLA, Amauri. Por que as cotas raciais deram certo no Brasil. ISTOÉ Independente. Brasil: 05 de abril de 2013. Disponível em: http://www.istoe.com.br/reportagens/288556_POR+QUE+AS+COTAS+RACIAIS+DERAM+CERTO+NO+BRASIL. Acesso em: 10 de abril de 2013.
CHARÃO, Cristina. Políticas Sociais – O longo debate às desigualdades raciais. Desafios do desenvolvimento: A revista de informações e debates do IPEA. Brasília: 29 de dezembro de 2011. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2674:catid=28&Itemid=23. Acesso em: 22 de outubro de 2013.
MARCOLINO, Rômulo Nascimento. Considerações sobre a Conferência Regional da Juventude. Ecos da Periferia. Viçosa: 26 de maio de 2013. Disponível em: http://ecos-periferia.blogspot.com.br/2013/05/consideracoes-sobre-conferencia.html. Acesso em: 27 de outubro de 2013.
OSMAR. Você Trabalha? – Crônica sobre um jovem negro que quer estudar. Correio Nagô. Bahia: 06 de abril de 2010. Disponível em: http://correionago.ning.com/profiles/blogs/voce-trabalha-cronica-sobre. Acesso em: 27 de outubro de 2013.
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. O que é. Brasília. Disponível em: http://www.seppir.gov.br/sobre. Acesso em: 20 de outubro de 2013.

Bibliografia:
FURTADO, Celso. Fluxo de renda e crescimento. In: ____. Formação econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1959, p 53-88.
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2003.
GADELHA, Regina Maria d'Aquino Fonseca .a lei de terras (1850) e a abolição da escravidão capitalismo e força de trabalho no Brasil do século xix. In: R. História, São Paulo. 120, , jan/jul. 1989 p. 153-162
SHIMIDT, Mario Furley. “Escravismo Colonial”. In: SHIMIDT, Mario Furley. Nova história crítica: ensino médio: volume único. 1ª edição. São Paulo: Nova geração, 2005, P 191- 207.
STOLCKE, Verena; HALL, Michael M. A Introdução do trabalho livre nas fazendas de São Paulo. In: ___. Revista Brasileira de História: Editora Marco Zero, 1984, p 80-119.

Bolsista: Sara Helena

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