A Escola Estadual “Effie Rolfs”
organizou nos dias 20 e 23 de novembro atividades de reflexão sobre a
Consciência Negra, em discussão com a professora Maria Alice Mota Araújo foi
estabelecido que os estudantes do segundo ano do ensino médio ficassem
responsáveis por refletirem acerca da organização de Políticas Públicas Raciais,
produzindo crônicas sobre esse tema, para isso foi organizada uma aula de
apresentação da situação do negro no Brasil desde a colonização até os dias
atuais.(Veja o planejamento da aula)
A Aula contou com uma apresentação
em Power Point (Veja a apresentação utilizada) a qual continha informações sobre a vivência do negro em sociedade
nos tempos do Brasil colonial e na atualidade, além disso houve a aproximação
do tema a realidade viçosense na apresentação das principais políticas públicas
existentes para o jovem e negro em Viçosa, a partir dessa apresentação surgiram
diversas questões sobre o preconceito e a validade da organização das políticas
públicas raciais.
A apresentação do tema foi
interessante nas turmas do 2º ano A e 2º ano B, pois muitos dos estudantes
considerados negros ou pardos entenderam o grau de desigualdade social vivido
por esses grupos e também sentiram-se a vontade de falar sobre os problemas
sentidos por eles mesmos, principalmente na questão das cotas raciais.
Nas discussões eles apresentaram o
medo do preconceito para com estudantes que alcançam o ensino superior a partir
da política de cotas, como também acham que esta pode ser entendida por muitos
como depreciativa em relação ao negro, que pode ser visto como incapaz. Outro
ponto de polêmica é a existência de preconceito e humilhação até hoje no
cotidiano desse grupo, o que foi várias vezes relatado pelos estudantes.
Com o fim da aula e a partir da
proposta de redação das crônicas foi necessário que para a redação das mesmas,
houvesse um contato direto e contínuo com os estudantes sem atrapalhar o
cronograma de aulas da professora Maria Alice, assim foi criada uma página no
facebook para que fosse possível a disponibilização de material para o
trabalho, ou resposta para possíveis dúvidas, além disso, foi também estabelecido o contato por e-mail, podendo trabalhar individualmente com cada estudante que
tivesse problemas de entendimento a respeito da atividade ou que necessitasse
de correção da mesma.
O objetivo da aula e da redação das
crônicas não era colocar o estudante inteirado sobre a organização das
políticas públicas raciais, mas sim fazer com que eles pudessem refletir sobre
o tema, criando seus próprios pontos de vista a partir de suas vivências e
interpretações, e tendo oportunidade de expô-las na produção das crônicas. (Veja o modelo da proposta de crônica)
O contato direto e imediato
estabelecido pela internet foi grande facilitador do trabalho, já que os
estudantes a qualquer momento poderiam expor dúvidas que eram respondidas e
tinham também a oportunidade de continuar a discussão. As crônicas feitas pelos
estudantes foram previamente corrigidas para depois serem expostas em um
portfólio nos dias 20 e 23 de novembro, as quais demonstraram claramente a
opinião destes sobre as políticas públicas raciais, o que representou o sucesso
da aula de reflexão sobre o negro na sociedade brasileira e oferta o
entendimento sobre o que nossos jovens passam ou sentem diante das
desigualdades entre negros e brancos.
Nos links estão as redações feitas pelos estudantes e apresentadas em portfólios nos dias 20 e 23 de novembro.
Documentos:
BRUGGER, Mariana; CARDOSO, Rodrigo; SEGALLA, Amauri.
Por que as cotas raciais deram certo no Brasil. ISTOÉ Independente. Brasil: 05 de abril de 2013. Disponível em:
http://www.istoe.com.br/reportagens/288556_POR+QUE+AS+COTAS+RACIAIS+DERAM+CERTO+NO+BRASIL.
Acesso em: 10 de abril de 2013.
CHARÃO, Cristina. Políticas Sociais – O longo debate
às desigualdades raciais. Desafios do
desenvolvimento: A revista de informações e debates do IPEA. Brasília: 29
de dezembro de 2011. Disponível em:
http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2674:catid=28&Itemid=23.
Acesso em: 22 de outubro de 2013.
MARCOLINO, Rômulo Nascimento. Considerações sobre a
Conferência Regional da Juventude. Ecos
da Periferia. Viçosa: 26 de maio de 2013. Disponível em:
http://ecos-periferia.blogspot.com.br/2013/05/consideracoes-sobre-conferencia.html.
Acesso em: 27 de outubro de 2013.
OSMAR. Você Trabalha? – Crônica sobre um jovem negro
que quer estudar. Correio Nagô.
Bahia: 06 de abril de 2010. Disponível em:
http://correionago.ning.com/profiles/blogs/voce-trabalha-cronica-sobre. Acesso
em: 27 de outubro de 2013.
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
RACIAL. O que é. Brasília. Disponível em: http://www.seppir.gov.br/sobre.
Acesso em: 20 de outubro de 2013.
Bibliografia:
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____. Formação econômica do Brasil.
Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura, 1959, p 53-88.
MATTOSO, Kátia M. de Queirós. Ser escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 2003.
GADELHA, Regina Maria d'Aquino Fonseca .a lei de
terras (1850) e a abolição da escravidão capitalismo e força de trabalho no
Brasil do século xix. In: R. História,
São Paulo. 120, , jan/jul. 1989 p. 153-162
SHIMIDT, Mario Furley. “Escravismo Colonial”. In:
SHIMIDT, Mario Furley. Nova história
crítica: ensino médio: volume único. 1ª edição. São Paulo: Nova geração,
2005, P 191- 207.
STOLCKE, Verena; HALL, Michael M. A Introdução do
trabalho livre nas fazendas de São Paulo. In: ___. Revista Brasileira de História: Editora Marco Zero, 1984, p 80-119.
Bolsista: Sara Helena
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