quarta-feira, 14 de agosto de 2013

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO: COMO UTILIZAR “CHARGES” EM SALA DE AULA

Abaixo está um plano de aula demonstrando como um professor pode utilizar a charge em sala de aula. Instrumento esse tão acessível a todos que pode vir a contribuir de forma imensurável no ensino e facilitar o aprendizado.

Tema: “O uso da imagem no Ensino de História: pensando a ‘charge’ enquanto documento histórico”.
Duração: 50 minutos.
Disciplina: História do Brasil – “O voto de cabresto na Primeira República”.
Introdução:
Para que o ensino de História ocorra é necessário que o professor reconheça a “pluralidade” de perspectivas para se abordar o conhecimento histórico, ou seja, pensando os diferentes percursos e trajetórias históricas e suas realidades, além da utilização de novas práticas pedagógicas para enriquecer o ensino.
Deste modo, é recorrente o uso da imagem, em termos de recurso didático-pedagógico, meramente como um aspecto “decorativo” ou “ilustrativo” confirmando algo que foi discutido em sala. O professor ainda sente dificuldades em como elaborar uma aula através de imagens, até porque requer um estudo acerca das imagens que serão utilizadas como ferramenta auxiliar de trabalho para a construção do “conhecimento histórico”. Assim, as dificuldades normalmente se encontram em como escolher a imagem, como realizar uma leitura crítica, como elaborar uma ficha sobre a época em que foram produzidas as imagens e, a questão da quantidade de imagens, sendo que na maioria das vezes ocorre de o professor “encher” os slides de imagens, mas sem buscar fazer uma análise crítica das mesmas.
A utilização da imagem permite trazer para a sala de aula outras formas de linguagem para o ensino de História, diversificando a prática do ensino e tornando o conhecimento histórico algo mais palatável para os alunos, podendo também vir acompanhada de algum texto complementar.
A charge enquanto uma linguagem visual tem como objetivo realizar uma crítica político-social de um determinado fato ou personagens envolvidos, no qual o seu autor apresenta um posicionamento “ideológico” fazendo uso de recursos como o humor e a sátira. Os traços de uma charge geralmente são distorcidos e de caráter “burlesco”, estando diretamente ligada a uma temporalidade. Contudo, para compreender a charge é necessário estar por dentro dos acontecimentos, principalmente, no contexto em que foi criada, entretanto, na maioria das vezes, a charge é “resignificada” com o intuito de compreender determinado acontecimento atual, tornando-se possível resgatar conceitos históricos.
.O acesso ao documento histórico pelos alunos, seja ele um recurso iconográfico como a charge, leva-os a superar a ideia que se é um documento histórico significa que é “prova do real”, sendo que por detrás de um documento existe todo um contexto histórico, a intencionalidade do autor e os valores de uma época.
Assim, o uso da charge nas aulas de História permite que os alunos estimulem a sua capacidade crítica, consequentemente, aproxima a História dos alunos, eliminando as barreiras que antes se impunham, além de reduzir a intervenção do professor dentro da sala de aula, uma vez que a charge é uma linguagem visual que se encontra presente na mídia, nos jornais e revistas, sendo recursos que estão presentes na realidade do aluno e que na maioria das vezes já estiveram em contato. Deste modo, o uso da charge nas aulas de História é interessante, pois permite transmitir conteúdos do saber disciplinar, a partir da construção de um saber que não existe em si mesmo, mas que foi criado e colocado a partir das “problematizações” e diálogos estabelecidos em sala.

Objetivo Geral: 
        Estimular a realização de uma leitura crítica a partir da análise da charge enquanto documento histórico, uma vez que, a charge é uma linguagem visual que tem como finalidade “satirizar” determinado fato ou personagens envolvidos – sejam no campo político, social, cultural ou econômico - sendo de caráter temporal, ou seja, ela se localiza em um determinado contexto histórico.
         Deste modo, o objetivo de utilização da charge como recurso didático-pedagógico é apresentar outra perspectiva de construção do conhecimento histórico, diante de uma linguagem iconográfica que se encontra mais próxima da realidade dos alunos, procurando incentivar o desenvolvimento de suas próprias hipóteses diante da análise da charge, com o intuito de formular o seu “saber histórico” em sala de aula, estimulando o senso crítico a partir do “diálogo histórico” mediado pelo professor.

Objetivos Específicos:
 ·        Estimular a construção do conhecimento histórico a partir da exploração de diferentes linguagens como a da charge;
·        Incentivar a capacidade de interpretação de imagens – linguagem não verbal – com o objetivo de desenvolver nos alunos um senso crítico.
  • Contextualizar a época em que a charge foi produzida, com o intuito de orientar os alunos na análise a refletirem que informação ou crítica é retratada pela charge, quais são os conceitos históricos que podem ser identificados e que analogia pode ser estabelecida com o contexto de hoje vivido em sociedade.

Proposta de Atividade: A charge enquanto documento histórico
A charge de Oswaldo Storni “As próximas eleições... de cabresto” foi publicada pela Revista Careta no ano de 1927.
As próximas eleições... "de cabresto".

A charge vem acompanhada de um diálogo:
“Ella – É o Zé Besta?”
“Elle – Não, é o Zé Burro!”
       A partir da charge, observar a imagem, os personagens e o seu diálogo, interpretando - a por meio de hipóteses, por exemplo: Quem foi o seu autor? Qual o posicionamento ideológico do autor e o da Revista?  Qual era o contexto do Brasil na época em que foi produzida? Qual a crítica apresentada pela charge? Observando o local e a data da criação da charge; quais os conceitos que estão presentes; em seguida, definir o uso original da charge, as personagens caricaturadas, os elementos representados; logo adiante, pesquisar o contexto histórico do tema, e, a partir disso, elaborar uma conclusão pensando se o “voto de cabresto” ainda persiste em nossa sociedade “dita” democrática.
     Do lado esquerdo da cena, aparece uma mulher com uma expressão em seu rosto marcado pelo desapontamento. Em seu vestido está escrito a palavra “soberania”, supondo que o termo esteja relacionado “às eleições diretas” para o povo. Entretanto, a mulher (representada pela “soberania”) encontra-se fora da urna, isto permite pensar que os resultados obtidos dentro das urnas não proclamavam a real vontade do povo, mas sim das oligarquias regionais, representada pela figura do coronel. Já do lado direito da urna temos a figura do coronel (“político”) segurando o “eleitor” pela rédea, este representado com uma cabeça de burro e um cabresto demonstrando que realiza a “vontade de seu senhor”. Nota-se que o eleitor está curvado demonstrando a sua submissão em relação ao político (o coronel). Esta cena simbolizaria o sentido do termo “cabresto”, uma vez que, o coronel era quem conduzia os seus subordinados a seção eleitoral obrigando-os a votar no candidato de seu interesse. Outro elemento da cena é com relação ao livro ou cardeneta que o eleitor carrega consigo transmitindo a ideia de que o eleitor seria alfabetizado, já que a alfabetização era uma das condições exigidas pela Constituição para que os indivíduos exercessem o seu direito ao voto. Em segundo plano, temos a paisagem retratada pela cena, no qual os personagens estariam localizados na zona rural.

Revista: 
        A Revista Careta foi uma revista humorística publicada entre os anos de 1908 a 1960 sendo fundada por Jorge Schmidt, foi uma revista propagadora de uma “contra-imagem” do sistema vigente da época, realizando críticas por meio do humor.

O Autor:
       Oswaldo Storni nasceu em 1909, no Rio de Janeiro foi um dos grandes quadrinistas das revistas d’O Tico-Tico (1905-1962) e O Malho (1902), em seguida, trabalhou para a Companhia Melhoramentos “satirizando” fatos políticos e sociais por meio de desenhos humorísticos, sendo influenciado por uma “cultura de massa” disseminada pelos desenhistas estrangeiros como os norte-americanos.

Recursos Utilizados:
Quadro, giz, livro didático de História “Ser Protagonista”; charge “As próximas eleições... de cabresto”.

Referências Bibliográficas:
BRESSANIN, Alexandra. Gênero charge na sala de aula: o sabor do texto. Disponível em: <http://linguagem.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/Port/8.pdf>. Acesso em: 07 abr de 2013.
 LITZ, Valesca Giordano. O uso da imagem no ensino de história. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1402-8.pdf. Acesso em: 07 de abr de 2013.
 LOPES, Aristeu Elisandro Machado. A República nos traços do humor: a imprensa ilustrada e os primeiros anos da campanha republicana no Brasil. Virtú (UFJF), v. 8, p. 01-15, 2009. Disponível em: < http://www.ufjf.br/virtu/files/2009/11/2-Republica-e-Humor-UFRGS.pdf>. Acesso em: 07 de abr de 2013.
 LOPES, Aristeu Elisandro Machado. Imagens de humor e de política: relações entre a imprensa ilustrada e a simbologia republicana. Pelotas, 1880-1889. Biblos (Rio Grande), v. 23, p. 63-77, 2009. Disponível em: <www.brapci.ufpr.br/download.php?dd0=10282>. Acesso em: 07 de abr de 2013.
 MELO MC, COELHO, BS, SANTOS, C. “Do riso ao siso”: a leitura e a interpretação de cartazes e cartoons políticos na aula de História. História, imagem e narrativas. Nº 10, abr/2010. Disponível em: <http://www.historiaimagem.com.br/edicao10abril2010/dorisoaosiso.pdf>. Acesso em: 07 de abr de 2013.
NOGUEIRA, Fausto Henrique Gomes; CAPELLARI, Marcos Alexandre (coord.). História: ensino médio,volume único (Coleção ser protagonista). 1. ed. São Paulo: Edições SM, 2010. v. 1. 768p.
 SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITHENCOURT, Circe Maria F. (org.). O saber histórico em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004, p. 54-66.
  
IMAGEM:
 Charge: STORNI, Oswaldo. As próximas eleições... “de cabresto”. Disponível em: <http://www.revistadehistoria.com.br/secao/chargedomes/as-proximas-eleicoes-de-cabresto>. Acesso em: 07 de abr de 2013.

Bolsista: Maria Belico

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O LÚDICO EM SALA DE AULA: O ANTIGO EGITO NO JOGO “A FORCA”

Em uma das atividades do PIBID de História realizada na Escola Municipal “Ministro Edmundo Lins” , foi desenvolvida uma dinâmica diversificada de trabalho para se trabalhar os conteúdos referentes ao Antigo Egito, capítulo 7 do livro didático referente ao 6º ano do ensino Fundamental, o uso do lúdico em sala de aula foi utilizado na forma do jogo popularmente conhecido como “forca”.

A partir de observações realizadas ao longo do processo de trabalho na referida escola, se mostrou muito presente e corriqueiro aos alunos, em momentos de troca de horários principalmente a adesão dos mesmos em “correrem” ao quadro negro e iniciarem a brincadeira tão apreciada e buscada pelos mesmos, a “forca”. Tal jogo, como muitos outros atraem a atenção dos alunos, assim como os instigam a participar das discussões em sala de aula, ou mesmo como afirma a Doutora em psicologia pela Mackenzie, Débora Tereza Mansur Silva , “... despertando, desde cedo, um espírito participativo, de cooperação e solidariedade”. Tal proposta de atividade contou principalmente com a participação dos alunos para o desenvolvimento da mesma, tendo visto a facilidade em trabalhar em algo diferente no ensino, porém próximo aos alunos.

A atividade teve duração uma aula de 50 minutos, no intuito de introduzir o capítulo referente ao Antigo Egito, onde se abordou aspectos da cultura dos mesmos, costumes, tradições, localização geográfica, religião, vida em sociedade. A metodologia utilizada foi baseada na divisão dos alunos em duplas, no intuito de uma aula ser suficiente a esta introdução ao capítulo, onde cada dupla recebeu uma palavra-chave referente aos estudos do Egito. A cada dupla que se apresentasse e o restante da sala tentasse adivinhar a palavra, logo após sua descoberta era feito um trabalho rápido de pesquisa no livro didático sobre a palavra-chave. Esse processo foi acontecendo de forma que a cada nova questão levantada através do jogo, fosse se discorrendo sobre os aspectos gerais do Antigo Egito.

Os objetivos em geral foram alcançados, principalmente na tentativa de maior participação dos alunos em sala de aula, assim como eles próprios demonstraram maior interesse sobre o conteúdo propriamente dito. Tal atividade serviu principalmente a aproximar os alunos a prática da leitura e pesquisa, o que em determinadas aulas se mostrou um agravante aos mesmos, pelo desinteresse em ter que se fazer uma leitura sem nenhum incentivo que os fariam interagir entre eles próprios e o conhecimento em si. A de se ressaltar também que o uso desta atividade lúdica, enfatiza que não só as fontes tecnológicas chamam a atenção dos alunos, que em determinados meios possui diversas restrições estruturais quanto ao seu uso. O quadro negro, o giz, e a criatividade se constituem ,ainda,como excelentes meios de aprendizagem.

REFERÊNCIAS:
BRAIEK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam Beecho. História. Das cavernas ao terceiro milênio, 6º ano. 2. Edição. SP: Editora Moderna, 2006.
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e Prática de Ensino de História. Campinas, SP: Papirus, 2003.
“A História dos jogos”.<http://www.jogos.antigos.nom.br/artigos.asp> acessado: 17\06\2013.

Bolsista:  Wadson Ribas de Almeida

terça-feira, 6 de agosto de 2013

“IV DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES - O ENSINO EM QUESTÃO”: A HISTÓRIA LOCAL EM SALA DE AULA

   Nos dias 16 e 17 de julho aconteceu um evento que foi organizado pelos PIBIDs da Universidade Federal de Viçosa. Este intitulou-se  “IV Diálogos Interdisciplinares - O Ensino em Questão”. Foram oferecidas palestras e minicursos, ambos organizados pelo PIBID da Geografia contemplando temas relacionados ao cotidiano escolar.
   Para os minicursos, supervisores, coordenadores juntamente com os bolsistas pensaram em oficinas que viessem de encontro às necessidades que os professores da região possuem em seu cotidiano. O PIBID da História ofereceu dois minicursos considerados essenciais e complementares entre si. Foram eles: “As fontes alternativas para o ensino de História: como usar” e  “A História Local em Sala de Aula”
   No minicurso que abordou o tema “A História Local” estiveram presentes cerca de quinze pessoas. O mais interessante foi que os participantes da oficina integravam outros  PIBIDs da instituição. Esse fato colaborou para que acontecesse uma conversa na qual todos compartilhavam as dificuldades encontradas, como os pontos positivos do programa e da experiência.
   Conversamos também a respeito do livro didático, sobre seus problemas e deficiências, do mesmo modo que ainda representa um importante material de estudo e apoio tanto por parte do aluno quanto pelo professor. A análise que os bolsistas fizeram pode ser adquirida pelo link: https://docs.google.com/file/d/1kVj1dWj7929Za6Y6oYWOItGHZf__kxYtStm1-0wnUJI3G9seiA28iwfSiaLw/edit?usp=sharing
   O minicurso contou com uma cartilha formulada pelos próprios bolsistas contendo um material riquíssimo, para que pudessem reproduzir o que aprenderam na oficina como também formular seus próprios métodos. Essa foi a cartilha que os bolsistas distribuíram para os participantes: https://docs.google.com/file/d/1svh9Buh9nPtDxsu_pUXGIKotK5Nty3ak2m-s1C74il46bfHrggumglCwAqGT/edit?pli=1
 Mostramos que é mais simples do que parece ensinar sobre a História Local em sala de aula e demonstramos para os participantes como fazê-la. Ao fim das exposições e debates realizados, propomos aos participantes que eles formulassem o seu próprio plano de aula. Nele, mostraram que realmente conseguiram compreender a essência do minicurso e o resultado foi muito satisfatório. Cada participante, motivado por sua experiência e local de atuação formularam trabalhos distintos entre si, mas que se complementavam e atingiam o resultado que pretendíamos alcançar.

  Sabemos que ainda há muito a ser feito e melhorado, mas a partir dessa experiência enriquecedora percebemos que por vezes, o que falta tanto entre professores quanto entre licenciandos é uma oportunidade de  conhecer métodos e formas de aplicar um determinado conteúdo. E essa oficina foi o pontapé de muitas outras.
Participantes da oficina 
Bolsista: Daniela Nalon

PIBID HISTÓRIA PARTICIPA DO EVENTO “IV DIÁLOGOS INTERDISCIPLINARES- O ENSINO EM QUESTÃO”

No dia 16 e 17 de julho de 2013, realizou-se na Universidade Federal de Viçosa o evento “IV Diálogos Interdisciplinares - O Ensino em Questão”, organizado pelo PIBID de Geografia da UFV, e que contou com a participação dos bolsistas do PIBID de outros cursos, juntamente, com seus respectivos coordenadores e supervisores e, estudantes da UFV.
O objetivo do Diálogos Interdisciplinares: O ensino em questão foi de criar um espaço de debate do ensino pela realização de palestras, mesas de discussão e oficinas que abrangeram a prática docente em discussões sobre os problemas encontrados em sala de aula e demonstração de alternativas e métodos de ensino. O primeiro dia do evento foi marcado por oficinas, oferecidas pelos bolsistas do PIBID abertas a todos que tivesse o interesse em participar do evento.
Um grupo dos bolsistas do PIBID de História ministrou a oficina “As fontes alternativas para o ensino de História: como usar”. A oficina foi dividida em duas partes, a primeira abordou a teoria sobre a utilização dos meios alternativos para o ensino de História, que seriam: imagens, músicas e filmes, posteriormente foram apresentados exemplos de utilização, organização e preparação desses materiais para aplicação em sala de aula utilizando de conteúdos referentes ao estudo da ditadura militar no Brasil.

A Oficina contou com a participação de alunos dos cursos de licenciatura da UFV que se demonstraram interessados em discutir acerca do tema, sendo que a oficina se transformou em espaço de troca de experiências e discussão de questões acerca das vantagens e complexidade do uso de músicas, filmes e imagens em sala de aula.

Integrantes da oficina.



Bolsistas: Sara Helena, Géssica, Ariella, Thiago, Maria Belico, Gabriel, Monalisa.

PROJETO: “HISTÓRIA, MEMÓRIA E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO MUNICÍPIO DE VIÇOSA: POSSÍVEIS DIÁLOGOS ENTRE O PASSADO E O PRESENTE”.

   No mês de Julho, na Escola Estadual Raul de Leoni, realizamos a exposição da primeira parte do nosso Projeto: “História, Memória e Representações Sociais do Município de Viçosa: Possíveis Diálogos entre o passado e o presente”. Esse projeto tem como principal objetivo fazer com que os alunos conheçam melhor a cidade onde eles vivem fazendo com que eles se sintam parte importante desta e que consigam ver as transformações ocorridas na cidade e como elas refletem hoje na vida das pessoas.

   No primeiro momento propusemos que os alunos fizessem entrevistas com pessoas de diferentes idades questionando-as sobre características da cidade de Viçosa, os seus lugares mais importantes e o que elas entendiam por Patrimônio Histórico. As respostas destas entrevistas trouxeram valiosas informações e decidimos como ponto de partida, dividir o trabalho em Patrimônio Material e Patrimônio Imaterial, pois a maioria dos alunos relataram esses dois tipos de Patrimônio, sem saberem ao certo o que eles significavam.

   Na sala 106, trabalhamos com o conceito de Patrimônio Material e a sala foi dividida em três grupos para a confecção de cartazes.  Os locais escolhidos para essa sala foram: A Casa Arthur Bernardes, A Estação Ferroviária e a Praça do Rosário.  A Casa Arthur Bernardes, por exemplo, foi a mais citada nos trabalhos nas palavras dos alunos: como “sendo importante por ser uma casa onde um Ex-presidente já morou”. Alguns alunos acharam interessante comparar a função exercida pela Estação quando foi construída e nos dias de hoje. A Praça do Rosário também despertou a atenção dos alunos, fazendo com que eles procurassem as mudanças que ocorreram em vários prédios que nela são localizados. Olharam com ar de curiosidade ao perceberem que no lugar da prefeitura havia uma igreja e que alguns prédios, como o que funciona um sacolão de verduras, já foi uma boate. Além disso, eles compararam de forma interessante, os aspectos culturais, analisando as roupas das pessoas e os motivos delas irem para a praça antigamente e nos dias de hoje.

   Os cartazes produzidos, as entrevistas e os demais trabalhos do projeto foram expostos no dia 17/07 na Escola e contou com a presença de alunos, professores, bolsistas e do coordenador do Pibid de História Professor Ângelo Assis. Foi um momento em que os alunos puderam ter contato com trabalhos de outras turmas e que as pessoas puderam ler e ver um pouquinho mais sobre a cidade de Viçosa. Para ilustrar a ideia de Patrimônio Imaterial, levamos produtos fabricados em Viçosa, como doce de leite, iogurte, pão de queijo, o que atraiu ainda mais a atenção dos alunos



Fotos do dia do projeto: a exposição e todos os bolsistas juntamente com a Professora Fátima e o coordenador do Pibid de História Professor Ângelo Assis.

BIBLIOGRAFIA:
LE GOFF, Jacques. "A Nova História". In: LE GOFF, Jacques. A Nova História. 5ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
LIMA, Idelsuite de Souza. Abordagem Do Ensino Da História Local Nos Livros Didáticos Séries Iniciais. Acesso em: 20/03/2012. Disponível em: http://www.ichs.ufop.br/perspectivas/anais/GT0801.htm. Acessado em: 3/06/2013

Bolsista: Laís Maia

PATRIMÔNIO E MEMÓRIA: ENTENDENDO RELAÇÕES

    A partir do projeto que está sendo desenvolvido na Escola Raul de Leoni : “ História, memória e representações do município de viçosa ’’, foram desenvolvidas atividades para explicação do projeto e compreensão de alguns conceitos necessários ao desenvolvimento do tema, dentre eles a idéia sobre o Patrimônio.

    O entendimento sobre o patrimônio público e como podemos conceituar esse termo, foi um debate proposto por mim e os alunos da turma do primeiro ano do ensino médio. Na duração de uma aula propus a apresentação de uma imagem de um bem tombado de viçosa, o colégio de viçosa, e suas representações antes e depois. Em um determinado período o colégio era um referencial em educação para a cidade e hoje em termos gerais é considerado como um resquício de uma arquitetura antiga e administrativa, perdendo em parte como símbolo educacional.  A idéia era proporcionar aos alunos algum conhecimento sobre o patrimônio material que existe em viçosa, propondo através do suporte do texto e da imagem, confrontações sobre o que é patrimônio e como nossa relação diante do bem muda conforme o passar do tempo agregando a eles novos valores e ideologias.

    Além disso, conceituamos o bem imaterial. Imaterial de uma cultura popular que é desenvolvida no município que incluem manifestações culturais como o congado que é uma dança de origem africana que é desenvolvidas nos distritos de São José do Triunfo e Airões (localidades próximas a cidade de viçosa). Mas também as manifestações de caráter alimentício, como o doce de leite viçosa, por exemplo considerado um bem imaterial da cidade; e é conhecido em todo o território nacional.

    Com isso, houve por parte dos alunos um interesse de compreender o que era patrimônio e quais suas representações na cidade. Acredito que a necessidade de propor essa atividade foi positiva, pois aproximou conceitos abstratos como patrimônio, memória e identidade da materialidade. Os alunos conseguiram visualizar como era importante a preservação do bem e como cada um de nós pode contribuir para isso. O objetivo central da atividade era de desenvolver esses conceitos, e foi alcançado com sucesso uma vez que houve um dialogo com os alunos após a explicação.

    Portanto, considerando a necessidade de desenvolver a materialidade histórica de alguns temas, notei que essa visualização torna possível uma maior aproximação dos alunos com a realidade da cidade ou talvez com a sua própria realidade. Estimulando neles uma identificação com o tema e quem sabe uma melhor assimilação com os temas que já foram trabalhados ou que ainda serão explorados no livro didático. Não deixando de lado que este fator é extremamente positivo para aproximação dos alunos com a disciplina de história.

    Abaixo, seguem as imagens disponíveis no link:


Colégio de viçosa antes e em seguida sua atual configuração:



BIBLIOGRAFIA:

História das sociedades sem Estado ás monarquias absolutistas,volume 1. Ronaldo Vainfas (ET AL) São Paulo,Saraiva, 2010

Le Goff, Jacques. Documento / Monumento. História e Memória. Campinas, São Paulo. Editora da Unicamp, 1990. P. 535-549.

Bolsista: Ariella Moreira


HISTÓRIA E MEMÓRIA E REPRESENTAÇÕES NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA: POSSÍVEIS DIÁLOGOS COM O PASSADO E O PRESENTE

    O mês de Julho, mês de férias escolares, o ambiente escolar é de plena agitação provocado pelas provas e final de semestre. Dessa forma, no intuito de amenizar as tensões entre os alunos provocados pelos testes e similares, o Pibid de História UFV da Escola Estadual Raul de Leoni propôs, de certa forma, uma dinamização no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com o objetivo de integrar ao conhecimento dos conteúdos a questão memorial, histórico e cultural do local de inserção aluno da escola.

    O projeto, de título “História, Memória e Representações sociais do Município de Viçosa: Possíveis Diálogos entre o passado e o presente” obteve como prerrogativa a de proporcionar e materializar o conhecimento histórico a partir da perspectiva do aluno e seu ambiente, dessa forma, propiciar aos alunos uma auto- reflexão sobre a História Local.

    Para a concretização do projeto, ocorreu uma reunião com a professora Fátima e os demais bolsistas a fim de discutir maneiras de como melhor abordar o tema proposto com os alunos e sua região. A partir de então, optou se em dividir nós bolsistas da escola Raul de Leoni em dois grupos cuja abordagem estava canalizada ao ideal de Patrimônio material e imaterial.

   Considerando que estava inserida no grupo de discussão sobre os possíveis diálogos de patrimônio imaterial na cidade de Viçosa, procurei abordar na sala em que acompanho uma discussão prévia sobre a importância do Patrimônio para a cidade. Portanto, dialogamos sobre o que é patrimônio? Qual a sua relação com a sociedade?

    Na turma 207 do segundo ano do Ensino Médio, a proposta de trabalho estava acoplada a valor do Patrimônio Imemorial, e a partir disso, foi realizado oficinas com o intuito dos alunos conhecerem sobre os respectivos no município de Viçosa e região. Com o interesse que os alunos demonstraram, houve interatividade, no qual, os alunos puderam exemplificar e assinalar as festas, tradições e comidas típicas que eles consideram como um bem que está de encontro com a identidade dos cidadãos.


    Para Eric Hobsbawm, “o passado é uma dimensão permanente da consciência humana, um componente inevitável das instituições, valores e outros padrões da sociedade humana”, logo então, a minha proposta na turma estava imbuída de resgatar alguns conceitos da disciplina e a partir de então fazer com que os alunos pudessem materializar o conhecimento histórico a partir de uma contextualização com a História, Memória e a Histórica local, como por exemplo, buscando para o seu presente e sua realidade, os alunos mencionaram manifestações de cultura como o congado viçosense a marcha Nico Lopes, com o passar dos anos, transformou em tradição, não somente para os estudantes universitários, mas para toda a população. 

Marcha Nico Lopes de 1940

    O exercício de História, Memória e os possíveis diálogos entre a sala de aula não apenas de limitou ao espaço do ambiente da classe, já que os alunos além de pensar a relação patrimonial de Viçosa também estenderam o seu aprendizado por meio de entrevistas objetivando construir a memória da sociedade e levar informações sobre as riquezas da região por meio das manifestações culturais aqui presentes. 

Congado da cidade de Viçosa

    A partir dos diálogos com a turma, pude constatar que as atividades na turma 207 apresentaram como objetivo não somente levar o conhecimento para o ambiente estudantil, como também para a comunidade ligada à escola. Dessa forma, na exposição do Projeto foram apresentados os trabalhos feitos de cada turma participante, e assim, todos os alunos puderam ter contato com a produção das demais classes, de maneira que, possibilitou trocar conhecimento e experiências. 

Apresentação do projeto na Escola Estadual Raul de Leoni no dia 17/07/2013

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HOBSBAWM, Eric. “Introdução” In: HOBSBAWM, Eric. RANGER, Terence. A invenção das tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
Disponível em: http://www.overmundo.com.br/overblog/congado-na-microrregiao-de-vicosa, acesso em: 29/07/2013
Disponível  em: http://www.asminasgerais.com.br/Zona%20da%20Mata/TeCer/Educa%C3%A7%C3%A3o/Ufv/ufv0002.html, acesso em: 01/08/2013.

Bolsista: Bruna Barbosa da Silva

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

MANIFESTO DOS ALUNOS DO 3º ANO DA ESCOLA ESTADUAL EFFIE ROLFS

Em decorrência a todos os protestos que aconteceram simultaneamente à Copa das Confederações, e diante da enorme repercussão que teve, levei esse debate para dentro da sala juntamente com o grande apoio da professora Maria Alice Mota Araújo. Essa atividade foi motivada por alguns fatores importantes, o maior deles seria o esclarecimento sobre os verdadeiros motivos que contribuíram para a grande aderência popular ao movimento. Também pelo fato de que os alunos prestarão vestibular no fim do ano, bem como farão o Enem, e acreditamos que seria imprescindível eles saberem refletir e argumentar acerca desse tema.
Iniciamos o debate com um poema escrito por Maria Luisa Gomes Cavalcanti, uma menina de 13 anos que estuda no colégio Nossa Senhora Auxiliadora. Em seu texto, Maria Luiza aborda com segurança e muita propriedade sobre o que acontecia no Brasil naquele momento. E foi baseados nesse poema que conversamos com  a turma e iniciamos o debate. Eles ficaram impressionados com a inteligência da menina ao escrever um texto que condessasse tudo o que viam e presenciavam.



Após discutirmos bastante sobre o tema, propomos que os alunos escrevessem um manifesto.  A proposta foi a de que eles pensassem em todas as insatisfações que a população no Brasil inteiro reivindicava, e olhando para a própria realidade, escrevessem um texto que ressaltasse as dificuldades e problemas.
Essa atividade deu muito certo pois conseguimos aliar pontos cruciais no ensino de história: estimulamos o pensamento crítico dos alunos, a escrita e uma nova posição diante da sociedade em que estão inseridos.
Aqui estão alguns dos manifestos que os alunos escreveram.







Bibliografia:
AZEVEDO, Gislane Campos. História em movimento: ensino médio. AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo. São Paulo: Ática, 2010.
Poesia retirada do site: http://www.poetabrasileira.blogspot.com.br/

Bolsista: Daniela Nalon

JORNALZINHO DA ESCOLA ESTADUAL EFFIE ROLFS

As bolsistas do PIBID supervisionadas pela professora Maria Alice Mota Araújo na Escola Estadual Effie Rolfs elaboraram um jornal que apresenta ideias e atividades dos estudantes do Ensino Médio.
Confira o resultado dele (Clique aqui)

Bolsistas: Daniela Nalon e Sara Helena

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA: PROGRESSO PELO BEM NACIONAL VERSUS ENTENDIMENTO DE DIFERENÇAS.



A professora, Maria Alice Mota Araújo, trabalhou a independência dos Estados Unidos com os estudantes das turmas do 2º ano do Ensino Médio da Escola Estadual Effie Rolfs. Por ser o início da colonização inglesa na América do Norte feita através da imigração, organizamos uma atividade sobre os movimentos migratórios aos Estados Unidos e os preconceitos e problemas destes no país.
O objetivo da atividade era demonstrar aos alunos como a imigração que no inicio do processo de colonização americana era vista com bons olhos passou a ser um problema para os Estados Unidos. Este passou a tratar as leis imigratórias com mais severidade e travando verdadeiras restrições a imigração. Alegando que os imigrantes fazem concorrência á mão de obra local e sobrecarregam o sistema previdenciário. Além de aumentar os índices de criminalidade.
A intenção também era mostrar aos estudantes a situação vivida pelas pessoas interessadas em trabalhar e melhorar a situação financeira nos Estados Unidos, e também como que a história se relaciona ao longo do tempo. Desse modo, apresentamos a Constituição do país, ressaltando a parte sobre a imigração, reportagens que descrevem a situação salarial, previdenciária e os preconceitos sofridos pelos estrangeiros na América do Norte. Segue o planejamento da aula:  Clique aqui
A atividade se baseou nas reportagens e na apresentação da música “Clandestino” de Manu Chao, que demonstra em sua letra uma realidade do imigrante ilegal, além da música as ideias do cantor sobre a necessidade de interação das culturas também foi apresentada. Instigando um debate com a turma sobre as vantagens e desvantagens de ser imigrante. Seguem no link as notícias e textos utilizados na discussão: Clique aqui
Após o debate em sala de aula, foi solicitado que os estudantes organizassem um texto sobre as vantagens e desvantagens, sobre a xenofobia e as soluções para os movimentos migratórios nos Estados Unidos e demais países. Após a correção dos textos percebemos que a atividade aumentou a percepção dos estudantes em relação às viagens e vida no exterior, fazendo-os refletirem sobre modos de convivência e as diferenças entre culturas.
Por fim, percebemos que a atividade foi muito produtiva, alguns estudantes sentiram-se à vontade para debater acerca da imigração e pela leitura dos textos produzidos, percebemos que ideias sobre a migração foram estimuladas e que os alunos demonstraram interesse pelo assunto.

Seguem imagens utilizadas na aula e retiradas  do site de notícias último segundo.




Documentos:
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Constituição dos Estados Unidos da América. 1787, disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br, acesso em: 15 de março de 2013.
Notícias do jornal online “último segundo”, música “clandestinos”.

Bibliografia:
AZEVEDO, Gislane Campos; SERIACOPI, Reinaldo.  Capítulo14- A Independência dos Estados Unidos. In: História em movimento: O mundo e a sociedade contemporânea.1º Ed. São Paulo: Editora Ática, 2012, p.169-178.
PETTA, Nicolina Luiza de; OJEDA Eduardo Aparicio Baez; DELFINI, Luciano. “ Capítulo 36- Tendências do mundo atual”. IN: História: Uma abordagem integrada. 1ª ed., São Paulo: Editora Moderna, 2005, p338-346.
SILVEIRA, Raquel da. “Manu Chao: a mescla do intelectual quiebra ley”. Portal da Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível em: http://www.ufjf.br/portal/, acesso em: 17 de março de 2013.

Bolsistas: Roberta Avanci e Sara Helena